sábado, 9 de abril de 2022

Quero-te, em qualquer lugar

 


Você é uma perdição! Daquelas que alimentam o ego. Que funcionam sem grandes preocupações. Tu queres. Eu quero. Somos adultos. Vamos fazer acontecer. Havia sempre uma oportunidade para alimentar o desejo, mas logo a insegurança
ameaçava e conseguias fugir. Mas naquele dia 09/04/1981, naquele momento a razão, não teve razão, teve o querer acima de qualquer medo, teve um tesão que decidimos pagar para ver... e aconteceu.

Naqueles anos as relações instantâneas, era quase vedado sentir algo por alguém!

Era tudo demasiadamente emocionante e parecia que trazia acoplado um manual de instruções cujo texto principal era: «Usar em caso de Emergência». Relações cheias de conteúdo, simples de sentimentos e de poucas palavras. Dá menos trabalho assim. Sorris. Seduzes. Despes-te. Sacias-te. Vestes-te. Foi bom? Então, até à próxima. 

Mas a nossa não foi assim. Foram 14 meses querendo, mas não tendo coragem para realizar.

As pessoas perderam a inocência. Deixaram voar as borboletas que habitavam os seus estômagos. As pernas deixaram de tremer quando aquela pessoa se aproxima.

Até hoje, claro que te quero! Pois continuas sendo uma perdição. Das gostosas! Daquelas que estão à distância de uma mensagem escrita ou de um convite pelo Whatsapp. Queres? Quero, mas sem contar as horas que seremos quem quisermos ser.

Despimo-nos de preconceitos. Não temos de ser perfeitos e você não precisa ser muito medrosa. Algumas horas de prazer intenso prolongado por uma beleza de alma. Claro que é bom. Alimenta o ego. Satisfaz os nossos mais profundos instintos primários. A nossa carne que entra esquenta e quando sai, nos sacia desde 81. Quando você vira os olhinhos e tem uma cefaleia copulogênica, orgástica ou orgásmica, tanto faz o nome certo, o importante é que você enxerga borboletas sobrevoando sobre seu corpo sedento e após, saciado.

O problema, aqui é precisamente o que nos distingue dos demais animais que habitam o planeta. Dizem os entendidos que nós, os humanos, somos racionais. E a mim parece que é essa racionalidade que nos atrai.

Claro que te quero. Pois és uma perdição. Quero você…, Mas em qualquer cama. Quero você num local qualquer. Por aí. Mas não na sua e nem na minha cama. Na nossa cama, já temos uma história. Não um episódio. Na minha cama, deita-se quem eu reconheço o cheiro, o toque, quem me devolve as borboletas no estômago, quem me rouba um beijo que me fará fechar os olhos e sentir o sabor dos seus lábios.

Na sua cama, posso recordar dias, também horas sem pressa de ir embora. Na sua cama, quero viver tudo que me fará feliz, e nem lembrar de desamores que um dia tive, pois a cama marca algo que, quando queremos, nós podemos.

Até lá? Claro que te quero. Pois és uma perdição. Quero você por aí, num lugar qualquer. Qualquer lugar é perfeito para umas horas descomprometidas de duas pessoas que se amam e querem mutuamente. Ali, sem muitas complicações, medos ou razões.

Parabéns, muita saúde, paz de espírito e muito tesão, muito dinheiro para viver nossos sonhos e desejos sem paranoias.

Peço que se ame, pois somos seres muito frágeis e o amanhã poderá não existir.

Assistimos uma série chamada The Last  Kingdom, e o Rei Alfredo registra em pergaminho, tudo o que se passa em seu reino para a história não se perder em contos distorcidos. E eu não fiz diferente, desde muito tempo, registro nossa vida em conjunto, temos muitas datas importantes que nos uniram mais ainda e aos poucos vou liberando para quando eu não mais existir, minhas memórias estarão registradas.

Com borboletas ainda no estômago,

 Jodenon

09/04/2022

 

 

domingo, 3 de abril de 2022

Até aonde vai a dignidade de um ser humano


Temos o hábito horrível de reclamar de tudo que se apresenta com alguma dificuldade para nós. Digo isso, em razão de que estava indo para uma praia em Angola chamada de Barra do Dande, uma praia com navios velhos e abandonados durante a guerra. Um verdadeiro cemitério de navios. Passando por um vilarejo, me deparei com a cena da foto e mesmo de dentro do carro, conseguir capturá-la. 

Como sempre faço, comecei a meditar sobre a compensação que a vida nos oferece. Daí vieram as perguntas: porquê não temos muitas das vezes, forças para lutar contra os percalços que ela nos fornece? Porque tendemos lamentar e além de nos entregarmos, culparmos o destino ou pessoas por essas dificuldades e, não ter forças para reagir e lutar contra? Será sempre mais fácil culpar o externo do que o nosso interno?

Ficam aqui estas perguntas para que possam meditar sobre e, compartilhar comigo, caso queiram.

Vi nessa cena, meu irmão, um privilegiado pelo presente que Deus lhe deu, o dom da musicalidade. Hoje ele deixou se deteriorar em decorrência da bebida, da mentira e da falta de respeito e amor por ele mesmo. Não está como o senhor dessa foto, porque ele teve uma mãe lutadora, que durante sua vida foi uma constante a vivência com o alcoolismo do marido e do filho. Sei que muita gente, como a ciência, diz que o alcoolismo é um doença. Acredito que as raízes (causa) dele não é uma doença, mas sim, emoções negativas presenciadas em algum momento da vida e acumuladas, alimentada pela incapacidade do indivíduo de reagir, lutar e querer se recuperar. Também na adolescência buscar segurança no grupo para ser aceito, faz o que os demais fazem. Sei disso hoje, após me tornar hipnoterapeuta.

Vejo no alcoólatra que não é falta de força de vontade, pois ela (força de vontade) é um dos programas que existe no nosso consciente e sabemos como ela funciona, pois é temporária. Faltou decisão, personalidade e respeito por si mesmo, principalmente quando alega a falta de apoio da sua companheira, que também bebe e da família e com isso justificar seu vício. Eu acredito que tem muito a ver com a vida do nosso pai e suas ações quando embriagado deu o ponta pé inicial no vício.
A vida não é um lixo, mas podemos transformá-la num lixo quando queremos e até mesmo ser a lixeira dela.