domingo, 26 de setembro de 2010

Êita calor arretado!!!


Aqui no Pará está tão quente, mas tão quente, que contratei esse vetilador autônomo para me ventilar enquanto faço caminhada.
Não posso ter eunucos, então a saída foi essa.
Rsrsrsrs...

sábado, 18 de setembro de 2010

Goiano do pé rachado.


Nasci em Bela Vista de Goiás e moro em Redenção - PA desde setembro de 2009. Sou um "goiano do pé rachado", como dizem os da terra. Com sua fala simplória, Carmo Bernardes explicava a incrédulos que "o Cerrado é uma floresta de cabeça para baixo", pois em muitos lugares há mais matéria vegetal subterrânea, escondida sob o solo, que exposta. Às vezes as raízes têm de mergulhar em busca da água dos lençóis profundos - mais aqui, menos ali, dependendo de a planta estar em cerradão ou mata de galeria, mata seca ou vereda, campo limpo, campo sujo ou cerrado senso estrito, as sete paisagens desse ecossistema que os cientistas enumeram.
A despeito de tanta riqueza, o desmatamento e as queimadas do Cerrado avançam à razão de 22 mil quilômetros quadrados (1,1% do ecossistema) por ano. Como já são mais de 800 mil quilômetros quadrados desmatados, a perda da biodiversidade é acentuada. Há indícios disso no desaparecimento progressivo de polinizadores, como abelhas e morcegos, dos quais depende inclusive o pequi, o fruto adorado pelos habitantes da região, seja para ser provado como doce, seja na composição de iguarias típicas, como a galinhada ou do frango ao molho. É preciso saber degustá-lo: gente de fora, sem conhecimento ou hábito, costuma morder o fruto com pressa - com isso, enche também a língua de centenas de minúsculos espinhos que povoam cada caroço de pequi, por baixo da polpa amarela. A vida em breve irá melhorar para esses forasteiros incautos: com a ajuda de índios da região do Xingu, no Mato Grosso, pesquisadores estão começando a viabilizar um tipo de pequi sem espinhos. Aí não vai ter graça comer pequí.
Viajar pelo Cerrado pode ser uma surpresa sem fim, tantas as paisagens, tantos os encantos. Pode-se, por exemplo, ir ao Jalapão, no Tocantins - um "perto meio longe", como diz o povo dali - e reencontrar o Cerrado de antigamente, perdido em outros lugares do centro-oeste brasileiro. Lá vivem 440 espécies de vertebrados, e recentemente foram descobertos mais 11. Se for tempo de seca, a impressão que se tem, como em quase todo o Cerrado, é a de que toda a vegetação está desaparecendo. Mas basta cair a primeira chuva e tudo revigora como que por milagre.
Outra alternativa é descer o rio Araguaia, das praias de areia branca que mudam de lugar de ano para ano. Que lugar lindo! Pena que tem muitos mosquitinhos pólvora que é um inferno para quem é alérgico. No pôr-de-sol esplendoroso tuiuiús aninham-se no alto das árvores.E as garças, uma profusão de aves mergulhando em busca de peixes. Num trecho resguardado do rio - em certas áreas a pressão humana é forte demais - podem ser encontrados os enormes pirarucu e jaú, ou matrinxã e pintado. A linda pirarara, que salta acima da superfície para exibir suas escamas coloridas, divide as águas com o boto que, diz a lenda, seduz donzelas que se banham distraídas. Há ainda a temível piranha, ingrediente de sopa afrodisíaca e que se diga, é uma delícia. Na ilha do Bananal, no grande Araguaia, os índios carajás podem receber quem chega com um jaraqui fresco e assado à beira-rio - uma experiência gastronômica que jamais se esquecerá. Esses moradores da maior ilha fluvial do mundo talvez levem o visitante para assistir à dança de aruanã em noite de Lua cheia. Ele também ficará deslumbrado se tiver a chance de ver a celebração do hetô-hokan, em que convidados de todas as aldeias tentam derrubar - e os anfitriões, manter ereto - um mastro enorme, que simboliza a dignidade da aldeia. É um rito de passagem dos adolescentes para a vida adulta, festa que leva um dia e uma noite inteiros.
Em resumo, como dizem Bruno e Marrone, "Goiás é bão demais da conta sô!"

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Visitantes ilustres em casa.


No final de semana passado, ficamos felizes com as visitas ilustres de nosso filho e nossa nora em casa.
Foi um final de semana muito gostoso. Já estamos com saudades!
Beijos pra vocês.

sábado, 4 de setembro de 2010

O Começo do fim.


Esta semana estava indo para o trabalho pela manhã e coloquei um Cd de modão para ouvir no trajeto. Comecei analisar a música e fazer uma correlação com as atitudes das pessoas de hoje, como o poema ali cantado por Tião Carreiro e Pardinho estava tão evidente nos dias de hoje.
Nada contra os psicólogos, mas depois que tomaram conta do mundo como semi-deuses iguais aos médicos, o mundo ficou pior em termo de violência de filhos contra pais e a marginalidade ficou evidente a falta de freios nas crianças e adolescentes, que após justicativas de abandonos e liberdade demais pelos pais, se tornam bandidos violentos, sem ligar o mínimo para a dignidade humana.
descrevo aqui, o poema de Tião Carreiro e Pardinho.

"Mundo velho está perdido, já não endireita mais, os filhos de hoje em dia já não obedecem aos pais. É o começo do fim, já estou vendo sinais, metade da mocidade estão virando marginais. É um bando de serpentes, os mocinhos vão na frente e as mocinhas vão atrás.
Pobre pai e pobre mais, morrendo de trabalhar, deixa o couro no serviço pra fazer filho estudar, compra carro à prestação para o filho passear, os filhos vivem rodando fazendo pneu cantar. Ouvi um filho dizer, o meu pai tem que gemer, não mandei ninguém casar.
O filho parece rei, filha parece rainha, eles que mandam na casa e ninguém tira a farinha. Manda a mãe calar a boca, coitada fica quietinha, o pai é um zero à esquerda, é um trem fora da linha. Cantando agora eu falo, terreiro que não tem galo, quem canta é frango e franguinha.
Pra ver a filha formada, um grande amigo meu, o pão que o diabo amassou o pobre homem comeu. Quando a filha se formou, foi só desgosto que deu, ela disse assim para o pai, quem vai embora sou eu. Pobre pai banhado em prantos, o seu desgosto foi tanto que o pobre velho morreu.
Meu mestre é Deus nas alturas, o mundo é meu colégio, eu sei criticar cantando, Deus me deu o privilégio. Mato a cobra e mostro o pau, eu mato e não apedrejo, Dragão de sete cabeças, também mato e não aleijo. Estamos no fim do respeito, mundo velho não tem jeito, a vaca já foi pro brejo."

Poema de Tião Carreiro e Pardinho