sábado, 28 de maio de 2016

Brasil, para o conserto, uma utopia!

O País que apresenta um número vergonhoso de administradores e legisladores corruptos, também apresenta números vergonhosos de bandidos em qualquer nível social.
Sofremos, tombamos mas, temos ainda forças para fazer com que o barco não naufrague.
Porque estou começando assim?
Saí de casa em Goiânia hoje 28/05/2016 às 6:05´ com destino à minha outra moradia em Marabá.
No trajeto, tudo bem até que depois de Nerópolis, observei que a temperatura do motor do carro estava baixando. Achei estranho quando chegou próximo de zero. Ouví sinal sonoro de alerta e no painel apareceu a mensagem de "Avaria no Motor". Parei o carro, desliguei e aguardei 2 minutos para ligar a chave novamente. O computador de bordo refez a leitura e a temperatura começou a subir. No entanto, quando aumentava a velocidade acima de 120 km/h., a temperatura voltava a baixar e tudo se repetia. Aconteceu 4 vezes, até que entendi o acontecido. Havia abastecido com Álcool e como o tempo estava com temperaturas baixas, quando chegava em declives, a temperatura abaixava, começava os aclives e diminuía a velocidade a temperatura aumentava. Passei a controlar a velocidade de acordo com o ocorrido e nada mais aconteceu.
Só que um fato que passo a descrever, está mexendo com os meus miolos cefálicos desde o momento do acontecido.
Cheguei na cidade chamada Alvorada no Estado do Tocantins e parei no restaurante Sabor Goiano e me deliciei com um frango ao molho, um lombo de porco e um arroz com feijão no estilo e sabores Goianos. Saí dali, satisfeito e parei no primeiro posto para abastecer o carro.
Saindo da Cidade, observei que uma caminhonete FIAT Fiorino 1996 estava passando na rua marginal à Rodovia e após meu carro passar a lombada  eletrônica, ela adentrou a BR-153 e após uns 5 km, eu já estava mais ou menos 130 km/h, ela me ultrapassou e o motorista começou a diminui a velocidade fazendo sinal para eu parar que havia um problema com o meu carro.
Como ele insistia muito, diminui a velocidade do meu carro e ele foi para o acostamento. Estacionei ao lado do carro e abri o vidro da porta do passageiro, perguntado ao Senhor o que havia acontecido. Ele foi falando que eu estava quase perdendo a roda do carro, pois ela estava parecendo um bambolê. Achei estranho, pois no volante não apresentava nenhum sinal, uma vez que tinha feito balanceamento e alinhamento ontem. Notei que ele havia titubeado com a minha resposta. 
Nesse momento, mesmo sabendo que poderia ser uma tentativa de assalto, esqueci de todos os cursos e precauções que sempre tive com relação aos perigos das estradas e encostei meu carro.
O Senhor estava com uniforme da Belcar Caminhões e Tratores - Gurupi e seu carro também com placa de Gurupi.
Sai, olhei a roda, os parafusos, calota e não havia nada de anormal.
Ele abaixou, pediu para que eu virasse o volante do meu carro todo para a direita que ele ia dar uma olhada, pois estava estranho. Fiz, ele abaixou e fui lá conferir. Daí, ele me mostrou um filete de óleo escorrendo pelo lado de dentro da roda, mas observei que a roda não estava suja de óleo. Daí foi Falando pra mim, acho que estourou a junta homocinética (ele falou emocinética). Imaginei assim: esse cara está com rolo e passou algum canivete na Coifa e jogou óleo para me enganar. Mas, nesse momento, fiquei com receio de tocar o carro e quebrar os rolamentos. Ele perguntou, se o senhor quiser voltamos em Alvorada que fica aqui pertinho e tento consertar ou o senhor tenta ir até Gurupi que fica 100 km daqui e se der sorte tentar achar uma oficina aberta ainda. Mesmo ainda desconfiado, optei por voltar.
Observei algumas contradições dele quando eu fazia perguntas e cheguei a conclusão que era um caso de conto do vigário.
Fiquei na dúvida, mas falei pra ele, quanto fica o seu serviço?
Noventa reais, com as peças e mão de obra. Já abriu a porta da Fiorino e me mostrou a peça nova. Pensei, confirmando a minha suspeita. Estranho, o homem tem justamente uma peça que diz ser da homocinética de um Pálio modelo diferente dos normais (1.0 e 1.4 que são os Pálios normais) o meu é 1.8 automatizado e suas peças são diferentes, bem como trabalha em uma concessionária de caminhões e tratores. Mas a prudência que eu havia perdido, recuperei naquele momento e autorizei o suposto serviço. Nesse momento, ele pegou um macaco, levantou a roda direita do meu carro e retirou um pedaço do rolamento que segundo ele havia quebrado.
Tudo isso já planejado. Falei pra ele, não tenho esse dinheiro aqui e em Alvorada não tem o banco que tenho conta, pois viajo somente com o Cartão mas, tenho 50 reais, (ele já demonstrava nervosismo) e eu estava bem tranquilo. 
Rapidinho ele resolveu fazer o serviço pelos 50 reais e me passou o telefone dele para ligar segunda-feira para pegar o número da conta e transferir o restante.
Perguntei, mas como o senhor conseguiu trocar o rolamento em 10 minutos, sem tirar a roda do carro e também a homocinética?
Ele na maior cara de pau, me disse: 
- para trocar o rolamento não precisa de tirar a roda e nem a homocinética. 
Não quis prolongar o conversa, (Fui imprudente e não sou burro) dei o dinheiro pra ele e saí cantando pneus daquele local.
Só que na segunda-feira, vou ligar para o Gerente da Belcar Caminhões em Gurupi e passar a informação sobre o ocorrido, inclusive o nome que ele se apresentou, bem como o número do telefone, pois ele estava com uniforme da empresa e na parte de trás estava bordado "Estoque", que deve ser o departamento dele.
Até agora, não consegui entender, como fui imprudente desse jeito, mas um fato é real. Ele deve fazer isso somente com pessoas que estejam viajando sozinhas e com cabelos grisalhos.
Ao finalizar este conto real, fiz um e-mail direcionado a Delegada de Polícia de Alvorada relatando o fato, e pedindo providências para que outras pessoas não corram o risco que idiotamente me deixei correr.
Depois deste fato narrado, cheguei a conclusão que mudei de idade. Antes tinha a confiança era um jovem com 18 anos e 44 de experiência. Hoje, acho que aumentei minha idade para 40 e diminuí para 22 de experiência.

Jodenon

3 comentários:

Osair de Sousa Manassan disse...

Ainda bem que reconhece que foi imprudente e penso que agiu com a cautela necessária após ter percebido o golpe. Nunca deixamos de aprender e creio que aí está mais um aprendizado que você generosamente compartilha conosco.
Só acho que isso não é coisa de Brasil, é coisa de humanos que já caíram no abismo de um declínio civilizatório.
Bom restante de viagem e fique bem.

Um abração!

Jodenon disse...

Obrigado Osa!
Eu estava realmente muito tranquilo. Eu percebi logo que vi o óleo na roda do carro, pois homocinética não tem óleo, tem graxa. E não é possível trocar peça sem que tenha de tirar quase a suspensão do carro.
No final fiz igual ao Papagaio que pegou todas as galinhas do galinheiro e depois fingiu de morto para pegar a Urubu que já estava descendo para pegá-lo.

Fagner Borges disse...

Sabe que dia que eu paro assim na estrada? Nunca na vida... Ainda bem que foi só cinquentinha e não sua vida. Juizo pai...