sábado, 26 de julho de 2008

Enquanto a TDS não passa...


Hoje estou num daqueles dias de TDS (Tristeza De Saudade) por isso decidi postar um texto que fiz tem mais ou menos 2 anos, quando matava jacaré no beliscão-
Gozado a vida da gente. Tem dias que amanhecemos querendo não ter acordado. Hoje particularmente comigo foi assim. Às 7 horas e 13 minutos, meu celular toca a melodia que coloquei especialmente para identificar chamadas do meu freio-de-mão ou seja, minha adorada esposa. Atendo ainda sonolento, pois minhas noites têm sido curtas.
- Amor – estou aqui na Rua 85 com a 94 atrapalhando o trânsito, pois o carro acabou a gasolina e não dou conta de empurrar esta lata velha (uma parati) e pesada. Venha aqui me ajudar!
Ela já estava quase chorando. Fato característico em quase todas as mulheres muito femininas e manhosas.
Levantei meio que resignado com os meninos, pois usam o carro e pensam que ele roda somente com cheiro do combustível. Passei no posto com uma garrafa pet de guaraná de 2 litros (não vou dizer o nome do guaraná, pois não vou fazer propaganda de graça) e solicitei que colocasse R$.5,00 e para disfarçar coloquei dentro de uma sacola plástica, dessas usadas por supermercados. E lá fui prestar o socorro. De longe eu avistei o carro e ela puta da vida e com aquele olhar fulminante parecendo dizer: “Eu vou te matar!” – Pensei, mas eu não tenho culpa!
Ela foi logo dizendo: - ainda bem que um motoqueiro viu o meu sufoco, desceu da moto e veio me ajudar a colocar o carro na calçada. Pensei, mais uma irregularidade além de deixar faltar combustível e numa via movimentada como a 85.
Tudo bem! O carro funcionou, levei-a pra escola e voltei pra casa.
Depois de um bom banho, ganhei um pedaço do meu dia, ao receber um sorriso da minha princesinha e como sempre ela diz: “Bom dia, papai!”. Mas logo em seguida uma cobrança! Você comprou lanche?
Veio em minha mente. Xiiii...gastei os últimos miréis (palavra que antigos povos do interior diziam ao se referir a dinheiro) que tinha no bolso. Na maior cara dura, falei pra ela: “Empreste R$.2,00 pro papai que a noite ele traz pra você. Ela na maior boa vontade, disse: “Pegue na minha bolsinha no seu quarto”. Mesmo atrasado para o trabalho, corri na padaria e comprei as rosquinhas preferidas dela, passei manteiga e dei a ela e fui trabalhar.
No caminho do trabalho, aproximadamente 5 km de percurso que faço caminhando, aproveito para conversar comigo mesmo e tirar a limpo minhas inquietações, meus grilos, fazer planos, mesmo sem dinheiro, planejar o meu dia, minha semana e até o meu mês. Consigo fazer levantamentos passados, presentes e futuros. Consigo pensar em fazer acordos com o diabo e me arrepender logo em seguida. Consigo matar bandidos, entre eles, políticos. Não vou dizer aqui os corruptos, pois para mim, não existe político honesto. Consigo imaginar aquelas mulheres que cruzam comigo durante o trajeto indo para a cama com seu companheiro ou qualquer um que seja e o que elas fazem de bom ou de ruim, nelas. Se são, santinhas ou safadinhas! São infinitas as possibilidades que tenho nesses momentos meus de ser feliz ou de chegar a conclusões estarrecedoras que começo a rir sozinho das minhas babozeiras. Um outro detalhe é com relação a alguns evangélicos da Igreja Videira que durante suas orações idolatram Jesus e quando saem dali vão dar calotes nas pessoas. Até pensei em ir lá e falar com o Pastor Mor, mas pensei: seria como falar com Ali Babá assim: Ali, com todo respeito que tenho por ti, vários de seus homens foram no meu comércio e deram o calote! O que você pode fazer por mim? Ele vai rir na minha cara.
E assim por diante, vai passando os meus dias e lembro de uma música que diz: “...com a boca cheia de dentes, esperando a morte chegar!...”.

Um comentário:

Educação e Trabalho disse...

Sabe amor quando vejo você escrevendo no nosso blogger assim tão triste, fico também triste até sem inspiração para escrever, pois vejo e confirmo o quanto é difícil pra vc ficar aí tão longe sem ninguém da família pra te confortar, ou melhor, "eu", não querendo ser pretenciosa, sei que não sou, mas garanto que, se pelo menos sua costelinha predileta tivesse ai, seria mais fácil suportar. Mas, com fé em Deus, o tempo passa rápido e logo estaremos juntos outra vez, e o nosso amor é bem mais forte e conseguiremos superar essa fase longa de distãncia...Te amo e te adimiro muito.