
Foi assim que me senti ao receber a notícia. Foi assim, durante os longos nove meses de gestação da futura e vibrante mamãe. Entre uma consulta médica e outra realizando o pré-natal, lá estava eu, o esfuziante pai de primeira viagem. Procurando, daqui, procurando dali, saber como se portar numa situação inusitada até então. Teve um fato interessante durante esse período. A então gestante Dona Nélis, estava trabalhando e sua barriga ainda não aparecia, portanto quem olhasse para ela, não saberia que ela estava grávida. Chegou uma mulher no trabalho dela e não sei o que foi fazer lá e disse que o filho que ela estava esperando ia ser um gato. Minha mulher achou estranho aquilo e hoje passado quase 26 anos, nosso filho tem pavor de gato. Corre léguas e mais léguas de um gato.
A ultrassonografia é algo espetacular, deu pra ver quase tudo, os bracinhos, as perninhas, a cabecinha, a coluna vertebral, as costelas, o fêmur de tão pequeno não mede nem três centímetros, deu pra ouvir os batimentos do coraçãozinho perfeitamente, lógico que não foi pela ultra-som e sim por um aparelho que o médico colocou sobre a barriga dela para ouvirmos, só não deu para ver o cacetinho naquele dia, mas é muito vibrante, divino, maravilhoso. A emoção que temos naquele instante de ser pai de um menino perfeito é uma coisa muito emocionante, que não tem como descrever. Sentir na barriga da mãe ele dar uns chutinhos, mexer com a cabeça, mexer os braços, é fantástico! Só passando por isso mesmo! Estou escrevendo agora ouvindo "Jesus alegria dos homens" (Jesu, Joy of Men´s Desiring) de Johann Sebastian Bach, tão fantástica, quanto ter um filho.
Posso dizer o seguinte:
Um homem que tem maturidade, não ficará choramingando pela casa, competindo com os filhos, pela teta da esposa. Uma mulher que tem maturidade, não se apegará tanto ao filho, esquecendo que quem lhe deu aquele filho foi o seu companheiro, e irá nutri-lo da mesma maneira que antes. Quando ambos assim agem, esta fase passa logo, é adaptada rapidamente e a vida continua...