domingo, 29 de novembro de 2015

Casados para sempre

Hoje, estava almoçando e entrou sozinho no restaurante um senhor com uma camiseta preta, com a seguinte frase: “Casados para Sempre”.
O que realmente significa, Casados para sempre?
Pelo menos o compromisso que fiz com a minha esposa em juramente na Igreja, tendo como testemunhas o Pastor Wanderley, os padrinhos dela e meus, os nossos pais, irmãos e convidados, foi: “Até que a morte nos separe.” Depois, cada um segue o seu caminho!
Pelo menos para um dos dois, que caminho em! Um segue a vida e o outro fica guardado!
Esse que seguir vivendo, pode encontrar outro alguém que poderá usar também a expressão, casados para sempre.
Será que o significado de casados para sempre é acreditar na eternidade?
Existe aí um pensamento utópico, de crença, de paraíso e inferno e muitas outras formas de credos.
Um bom tema para discussão!
Na semana passado um colega que cursa jornalismo na Faculdade Sul Americana em Goiânia, me passou um questionário com 6 perguntas sobre o Poliamor, para ajudá-lo em um trabalho.
Respondi seu questionário, mas, por motivos de viagens não consegui enviar para ele em tempo de fazer sua apresentação.
Aí vem uma pergunta: você pensa que o amor sempre fez parte do casamento?
Entendo que, isso é uma inovação recente. Na realidade, o casamento sempre foi considerado uma coisa muito séria para que nele entrasse qualquer tipo de emoção. Mas quando as pessoas passaram a buscar nesse tipo de vínculo realização afetiva e prazer sexual, a vida a dois passou a ser fonte de grande frustração.
O casamento obriga homens e mulheres a viver dentro de regras e normas estabelecidas pelas igrejas e pela sociedade, visando ao controle da liberdade de cada um. É na área afetiva e sexual que as limitações são mais claras. Você só deve amar uma única pessoa durante anos e somente com ela pode fazer sexo.
É comum várias pessoas terem características que nos agradam e nos atraem sexualmente. Então, fica difícil cumprir essas exigências. O resultado é muita gente infeliz, sem prazer de viver, talvez até que a morte os separe.
Os casamentos só funcionaram bem quando os parceiros eram escolhidos pelas famílias, por interesses econômicos e políticos. Homens e mulheres casavam sabendo antecipadamente tudo o que os aguardava. Bastava o homem ser provedor e respeitar a família; a mulher ser boa mãe e cumpridora de seus deveres de esposa estava tudo certo. Era um bom casamento, ninguém se decepcionava, e por isso não havia motivos para queixas, nem para separação. Vejam a estatística que em 1974 existiram 30 mil divórcios (nessa época era desquite) e agora recente, em 2014 foram 341 mil divórcios.
Em um casamento, o companheirismo, a solidariedade e o carinho vão aumentando na mesma medida em que o desejo sexual vai diminuindo. A explicação mais ouvida para isso é que a rotina do dia-a-dia transforma o sexo num hábito, e como tudo o que é habitual vai perdendo a sensação de prazer, ele vai sendo feito automaticamente. Há quem diga também, de forma conformada, que a emoção no sexo só existe mesmo no início de uma relação, e o que resta, depois de algum tempo de vida em comum, é uma grande amizade. A única coisa que não entendo, então, é por que temos que dar satisfação, ter compromisso de horário, dormir na mesma cama todas as noites, com uma pessoa amiga. Não seria muito melhor sermos livres e encontrarmos os amigos apenas quando sentíssemos vontade? Quem sabe, assim, a emoção do sexo poderia ressurgir, e a vida, sem tantas obrigações desnecessárias, poderia ser bem mais interessante.
Na realidade, existe uma razão ainda maior para que no casamento o sexo se transforme em algo monótono e sem graça. É a ideologia da monogamia, que sempre foi adotada para a mulher e que de 30 anos para cá passou a atingir também os homens. Atualmente, homens e mulheres cobram fidelidade sexual de seus parceiros. Sem dúvida, essa obrigação de um só poder se relacionar com o outro mina progressivamente a relação. Por um lado as pessoas se sentem apaziguadas e seguras, acreditando que o parceiro nunca terá olhos para ninguém. Por outro, a mesma certeza de posse e de exclusividade que faz as pessoas se sentirem garantidas no casamento, leva à acomodação, inibindo o desenvolvimento de uma vida sexual criativa com o parceiro. Não existindo mais o estímulo da sedução e da conquista, o sexo vai se deteriorando.
Daí fica difícil, esperar ser casados para sempre.
Em tempo: Este texto não reflete em sua totalidade os pensamentos de minha esposa e sim os meus, senão, a discussão começará em casa! Rsrsrsrs...

Jodenon e seus assuntos controversos.


terça-feira, 3 de novembro de 2015

31 anos sem a sua presença


Paizinho, queria aproveitar o momento para satisfazer o pensamento, e te falar francamente, mesmo com você ausente, o quanto é importante ter você presente.
Quero lhe agradecer, por ter sido meu PAI, e neste instante te dedicar estas poucas palavras, retratadas através deste texto.
O grande PAI, que DEUS me deu, para eu vivenciar e com ele aprender a amar.
Paizinho, queria lhe dar um beijo, mas não encontro jeito.
Um abraço, cadê seus braços?
Queria lhe falar, mas de nada adiantaria, onde está jamais escutaria.
Sei que não é tua culpa, não é culpa de ninguém, já faz tanto tempo que com DEUS foi morar, sei que onde está, sempre estará me guiando nos passos que vou dar.
Paizinho, lembra das minhas viagens noturnas pelo Estado do Paraná?
Eu nunca estava sozinho, porque você sempre esteve no banco do carona conversando comigo para eu não dormir ao volante.
Não esqueço de você nenhum só momento, quando a saudade aperta e machuca elevo meus pensamentos ao vento para que ele leve um forte abraço através do espaço,
Pois não sei onde te acho. Nesta hora me acalmo, apesar da distância separar dois corpos jamais separará dois corações.
Às vezes me pego pensando em você e viajo num sonho de amor e carinho. Nesta hora eu sinto a brisa do vento, trazendo o retorno do abraço que no espaço achou aonde não te acho.
Paizinho, quando a brisa do vento toca delicadamente em minha face, sinto sua presença, seu cheiro e apesar de não me tocar, você veio através do vento me abraçar.
Neste momento deixo a imaginação tomar conta do sentimento e aproveito para que o vento me aproxime de você, lentamente, passo a passo, até lhe encontrar para que possamos nos abraçar e a saudade matar.
Que falta você faz, queria voltar o tempo atrás, naquela época em que eu era um orgulho pra você. Você enchia o peito e dizia: “Meu filho é diretor de um Banco” quando na realidade não passava de um simples gerente regional.
Hoje se você fosse vivo, perguntaria aonde foi meu diretor?
Com certeza ainda não morreu. Em vida, nunca tive a ousadia de dizer algo importante, mas hoje eu sei dizer: “PAIZINHO, EU TE AMO”
Jodenon

domingo, 4 de outubro de 2015

Vá com Deus meu cunhado irmão

Tem certos momentos na vida que pago um preço muito alto pelas minhas decisões.
Uma delas foi ir à busca de meus objetivos e quase sempre eles ficaram longes de minha família, de meus pais, meus irmãos, meus avós, tios, sobrinhos e primos.
Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes e entre eles, Jair Barbosa de Oliveira. Ele não era somente meu cunhado, era um amigo. Também, não trocaria minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelos brancos ou uma barriga mais lisa. Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítico de mim mesmo. Eu me tornei meu próprio amigo... Eu não me censuro por comer pão francês todo dia, ou por não fazer a minha cama quando saio para o trabalho, ou para a compra de algo bobo que eu não precisava, como uma miniatura de carros dos meus sonhos. Eu tenho direito de ser desarrumado ou, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento. Perdi meu avô José Mariano Pires e meu Tio Osmir e não tive condições de estar presente pois, estava morando em BH, depois perdi meu tio Bené, meu Primo Lêdo Renato, meu tio e padrinho Luiz Pires, minha tia Helena, meu primo Jesus e agora meu cunhado Jair Barbosa de Oliveira. Todos eles, eu estava longe e não tive oportunidade de prestar a última homenagem de corpo presente.
Sexta-feira estava voltando de visitas em algumas fazendas no município de Curionópolis – PA, distante 147km de Marabá. Em um dado momento, conversávamos sobre o cotidiano do ser humano e meu colega de viagem, me perguntou:
- Jodenon, na sua visão, qual o sentido de nossas vidas aqui neste mundo?
Respondi:
- Na minha visão, dividimos por tempos ou partes.
A primeira, quando enchemos o pulmão pela primeira vez, o nosso sentido da vida é chorar, depois, respirar, dar a primeira mamada (essa é a melhor até hoje só alterando os peitos), depois manipular nossos pais para satisfazer nossos desejos, necessidades e nossas birras.
Num segundo estágio, fazer com que nossos pais e irmãos se tornem os escravos dos nossos desejos, para isso desenvolvemos artimanhas para conseguir.
O tempo vai passando e os objetivos sociais que muitas das vezes não são nossos, mas de extrema necessidade para nos inserir e viver em sociedade, como formação social, humana e profissional.
Desse modo, abre-se um leque de possibilidades do seu sentido de vida.
Ser um grande profissional reconhecido pela sociedade e orgulho da família. Outros acham indiretamente que o sentido de sua vida é se tornar um elemento contrário aos interesses sociais tornando-se um fora da lei (bandidos, qualquer pessoa mau caráter, sem escrúpulos e etc.).
Expus meu ponto de vista por mais ou menos meia hora e finalmente, disse que o meu sentido da vida, mudou depois que estive com um pé do outro lado da vida.
A minha família sempre foi o meu sentido da vida, mas depois do descrito no parágrafo anterior, ele quadriplicou. Vivo um dia de cada vez sem me preocupar com o que poderá vir, se o amanhã eu tiver.
Eu sei que às vezes esqueço algumas coisas. Mas há mais algumas coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes e boas que vivi e que me serviram de exemplos.
Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado. Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.
Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos e ter os risos da juventude gravados para sempre nos poucos sulcos que estão aparecendo em meu rosto.
Sofro às vezes alguns preconceitos eu sei, mas agradeço a Deus todos os dias pela oportunidade de estar vivendo e com a consciência de que muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.
Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo. Você se preocupa menos com o que os outros pensam. Eu não me questiono mais.
Eu ganhei o direito de estar errado. Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser idoso.
A idade me libertou. Eu gosto da pessoa que me tornei. Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será. E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).
Aquele que tem a oportunidade de ser meu amigo, eu digo que, nossa amizade nunca se separa porque, é direto do coração!
Não é porque o Jair faleceu que estou expressando o que ele foi pra mim. Foi um grande homem, passou por grandes provações e sempre se reergueu com muita dignidade, como um exemplo a ser seguido, um pai exemplar e carinhoso, um ser que soube perdoar, um pouco tímido e infelizmente torcedor do Goiás. Tive e continuarei sempre a sentir orgulho dele e agradeço sempre a Deus por ele ter sido meu cunhado, embora as nossas oportunidades de convivência ter sido poucas.
Vá estar ao lado de nosso pai, embora triste e sofrendo, entendo as fases da vida e que quando chega a nossa hora, não há semideus que consiga reverter a nossa partida.
Você foi um homem que sabia o significado de que, ser feliz não é ter uma vida perfeita. Que ser feliz foi reconhecer que valia a pena viver, apesar dos desafios, das perdas e frustrações. Você deixou de ser vítima dos problemas e se tornou autor da sua própria história. Você deixou um grande legado para suas filhas, que seguirão sempre o caminho da simplicidade e do amor.
Você continuará sempre em meu coração.
Jodenon

domingo, 13 de setembro de 2015

Conversa com taxista


Estou dentro de uma aeronave da Azul Linhas Aéreas, trajeto Cuiabá - Goiânia. Lembrei de uma conversa até certo ponto interessante que tive com o taxista.
Ele começou puxando conversa sobre para onde eu estava indo e aos poucos, (o aeroporto é em Várzea Grande e demora um pouco de onde eu estava até lá), a conversa foi se desenrolando e caiu no plano, relacionamentos.
Iniciou falando de conversas de passageiros contando que em decorrência de viagens constantes, acabaram sendo traídos por suas esposas. Contou que tinha um tio que era muito sem vergonha, chegando ao extremo de pegar qualquer mulher que piscasse ou olhasse pra ele. O interessante que todas as mulheres eram fáceis, pau para toda obra, diferente de sua esposa que era uma Santa e sagrada. Santa ingenuidade.

Isso me remeteu a uma conversa que tive com um amigo que admiro muito, que para minha surpresa, confidenciou-me que estava transcorrendo um mês que havia separado da esposa, tendo em vista que ela pediu a separação para viver sua vida como queria. Em suas conversas sobre a separação, ele ficou sabendo que ela estava tendo um caso enquanto ele viajava à trabalho.
Daí, durante a nossa conversa, ficaram expostas às mágoas, quando ele disse que ela era isso, era aquilo e mais alguns predicados. Deixei ele desabafar e perguntei se poderia fazer algumas perguntas pra ele refletir. No que concordou, comecei assim:
1 - Você parou para analisar qual o motivo para essa atitude dela?
2 - Será que somente ela é a culpada por essa postura?
3 - Vocês, discutiam sempre sobre a condução do casamento, a rotina como era encarada, como era a visão de cada um sobre a relação?
4 - Qual era o sentimento dela em relação à você e vice-versa?
5 - Na visão dela, o que você estava ou poderia estar fazendo para melhorar a relação, o desejo e as responsabilidades de cada um?
6 - O que era pra você um casamento feliz e completo? E para ela também? Você saberia dizer sobre o que você conhecia de sua mulher? Seus desejos, suas vontades, suas necessidades?
7 - Como era o sexo de vocês? Coca-cola, Fanta ou Sprite?
Existem milhares de perguntas que podemos fazer no dia a dia de um casamento para nos mesmos, bem como para nossa companheira ou companheiro.
O que acontece sempre é que, não nos preocupamos com isso, sabe porquê?
Porque quando se trata de relacionamentos, a nossa tendência é de miopia.
Não pertencemos à ninguém, temos alguém do nosso lado, quando a deixamos encantada ou superamos as suas expectativas.
Ter uma mulher deitada na cama do nosso lado, não quer dizer que estamos acompanhados e da mesma forma que a mulher ter um homem na cama ao seu lado, também não é sinal que esteja acompanhada.(palavras ditas pelo Padre Fábio de Melo).
O amor, a paixão, o tesão, deriva do companheiros, do respeito, da dedicação e da realização de tudo aquilo que projetamos, realizamos e somos correspondidos.
Depois disso, não conversamos mais sobre sua separação e como ele está enxergando a nova vida como solteiro.
Torço que seja feliz e veja o relacionamento conjugal por outro prisma.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Recebi minha conta de energia

Vou ter que alterar a iluminação do meu quarto

Sou da região centro-oeste mas estou residindo no Estado que tem água em abundância e a energia elétrica mais cara do Brasil e imprestável. Temos também de sobra, calor infernal quase todos os dias batendo na casa dos 47ºC, altos índices de queimadas, uma boa umidade relativa do ar. Dormir sem ar-condicionado ou ventilador esquece, sem esses aparelhos você passa a noite em claro. 
Pois bem, no mês passado paguei a importância de R$.47,56 por 54 Kwh para uma tarifa de 0,498138. 
A conta deste mês foram 109 Kwh para uma tarifa de 0,525389. Sendo distribuídos em Reais da seguinte maneira:
R$ 57,26 consumo;
R$ 0,34 PIS (Putos Infelizmente Sustento)
R$ 1,56 COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) PIS e COFINS - Tributos Federais - tributos cobrados pela União para manter programas sociais do Governo Federal (Acreditem se quiser).
R$ 21,60 ICMS - Tributo Estadual que significa Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): previsto no artigo 155 da Constituição Federal, este imposto incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e serviços e é de competência dos governos estaduais e do Distrito Federal. O ICMS é regulamentado pelo código tributário de cada estado, ou seja, estabelecido em lei pelas casas legislativas estaduais. Aqui no Pará ela é atribuída em 25% mas a CELPA amparada por resolução da ANEEL. A distribuidora tem a obrigação tributária de realizar a cobrança do ICMS direto na fatura e repassá-lo integralmente ao Governo Estadual. 
Como é feito esse cálculo:
Compra de Energia = R$.33,62
Transmissão = 1,66
Distribuição Celpa = 21,40
Encargos Setoriais = 6,24
Tributos (aqui se aplica a bitributação) = 23,50 ou seja (21,60 de ICMS + 1,66 Cofins + 0,34 PIS)
Total que forma a base de cálculo para se chegar ao valor do ICMS que você deve pagar = R$.86,42 x 25% =  R$.21,60

R$ 13,82 CIP (Contribuição de iluminação Publica).

R$ 5,66 Adicional de Bandeira Vermelha (Já estou odiando essa cor, embora meu time de futebol preferido a use em seus uniformes. Ainda bem que as estrelas que as camisas possuem são amarelas).
Total da conta = R$. 100,24

Vejam como a apropriação indébita (Pra não dizer outra palavra que seria a mais correta) é regulamentada pelo Governo Federal, conforme esta matéria publicada no Jornal "O Liberal", contudo não cita o nome do jornalista que fez a matéria.

"OAB-PA vai à Justiça contra a CELPA por cobrança de imposto

07/04/2015 00:00

Empresa alega que cobrança de imposto na conta de luz é legal

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção do Pará (OAB-PA) irá ingressar, nos próximos dias, com uma ação civil pública na Justiça Estadual contra a Celpa por causa da forma como vem sendo feita a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na conta de energia elétrica. A partir dessa ação, os valores cobrados indevidamente poderão ser restituídos em dobro (repetição de indébito) aos consumidores. A informação foi dada ontem pelo presidente da OAB-PA, advogado Jarbas Vasconcelos, ao comentar a reportagem de O LIBERAL publicada no último domingo, 5, expondo a cobrança do ICMS “por dentro” nas contas da empresa, que não toma como base de cálculo o consumo, mas o subtotal da fatura, onde já estão embutidos valores relativos à cobrança de tributos federais como o PIS, Cofins e o próprio ICMS, o que tem causado estranheza aos consumidores. A Celpa encaminhou nota ao jornal alegando que a cobrança tem sido feita de foma legal. 
A OAB-PA já havia detectado a cobrança “por dentro” do ICMS na conta de consumo de energia elétrica no Pará, lembra Jarbas Vasconcelos. Essa cobrança foi denunciada pela OAB-PA na audiência pública realizada em março, no Centur, coordenada pelo deputado federal Arnaldo Jordy, para debater os problemas causados pela Celpa aos consumidores paraenses. A Ordem denunciou a “cobrança indevida do ICMS” e que o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) de 2014 com o Ministério Público do Estado não vinha sendo cumprido com relação às faturas. 
Diante desse cenário, a OAB-PA decidiu partir, agora, para uma medida mais drástica, em parceria com o deputado Arnaldo Jordy. No caso, uma ação civil pública contra a Celpa, porque “o cálculo referente à alíquota do ICMS é completamente errado”, garante Jarbas Vasconcelos. O fato gerador, na interpretação da OAB-PA, tem que ser o consumo, e não o total da conta, englobando tributos federais e o ICMS. Em outros estados, a cobrança do ICMS tem como base de cálculo o consumo, mas somente no Pará esta incide sobre o total da conta. Na avaliação da Ordem, como o ICMS é um produto essencial, esse tributo deveria ter seu valor reduzido, e não aumentado, como se constata na cobrança da Celpa.
RECLAMAÇÕES 
O coordenador de Fiscalização do Procon-PA, Rafael Braga, destacou que, antes mesmo de O LIBERAL publicar a reportagem que denunciou a cobrança do ICMS “por dentro”, essa prática já vinha sendo questionada por consumidores em Belém. “Nós temos reclamações formalizadas no Procon nesse sentido”, destacou, para acrescentar: “Na minha opinião, essa é uma cobrança abusiva, mas do ponto de vista jurídico, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) regulamenta a cobrança”. Rafael Braga disse que existem ações na Justiça pelo Brasil acerca da cobrança, mas essas reclamações têm sido julgadas improcedentes. Daí porque defende um amplo debate sobre o assunto, com a participação da Aneel, entidades de classe, gestores públicos e da sociedade em geral. 
O economista Nélio Bordalo, vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-PA), detacou que a “cobrança do ICMS “por dentro” já foi questionada junto à Celpa inúmeras vezes”. Ele ressaltou que “a esfera de discussão é mais na área jurídica do que econômica” e que “a concessionária deveria esclarecer a forma de cobrança dos tributos, com transparência, nas contas de energia e em seu site, para que a população fique ciente de que forma o calculo é efetivado”.
ENTENDA
Embora o governo do Estado determine uma alíquota de 25% para fins de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) nas faturas de energia elétrica, a Celpa, empresa do grupo Equatorial, abocanha 38% de impostos dos paraenses. Isso significa que ela arrecada 50% a mais sobre o tributo real, uma vez que aplica a cobrança do ICMS “por dentro”, gerando peso maior que sua alíquota nominal, ou seja, a concessionária impõe uma bitributação ao povo paraense. Entretanto, nem todas as concessionárias do país adotam essa prática em relação a seus consumidores. A Companhia Elétrica de Brasília (CEB), por exemplo, aplica corretamente a cobrança do ICMS, conforme estabelece o artigo 119 da Resolução 414/10 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), parágrafo II, alínea 1ª, determinado que a incidência dos tributos federais, estaduais, municipais ou do Distrito Federal, deva incidir - única e exclusivamente - sobre o faturamento do consumo de energia, e não sobre o total da conta faturada."
Um brasileiro indignado com tudo de ruim que acontece com a população e ninguém faz nada.

sábado, 15 de agosto de 2015

Experiência, idoso ou velhice?


Tem um assunto que estou querendo escrever sobre uma fase da vida que estou curtindo de uns tempos pra cá. A chegada aos 60 anos. Por isso, vou começar com a minha autoestima.
Desenvolver a autoestima é ter a convicção de que somos capazes de viver e somos merecedores da felicidade. Portanto, ser capazes de enfrentar a vida com mais confiança, boa vontade e otimismo, que nos ajudam a atingir nossas metas e a nos sentir realizados. Fazer crescer a autoestima também é expandir a nossa capacidade de ser feliz. A verdadeira autoestima não se expressa pela auto-glorificação às custas dos outros, ou pelo ideal de se tornar superior aos demais, ou de diminuir as pessoas para se elevar. A arrogância, a ostentação e a super-estima das nossas capacidades, são atitudes que refletem uma autoestima inadequada, e não, como imaginam alguns, o seu excesso. Uma das características mais significativas da autoestima saudável é que ela é o estado da pessoa que não está em guerra consigo mesma ou com os outros.
Lá pelos meus 20 anos de vida, na flor da idade, a libido à flor da pele, eu era o caçador que não perdoava uma presa, fosse bela, linda, feia ou mais ou menos, era com minha carabina apontada e pronta para atirar. Acertei algumas, errei em outras, mas continuava na busca pela minha caça ideal.
Num repente, sem programar, você não encontra uma presa mas se dá conta que aquela maçã, que no início da história contada pela Igreja e que todos os católicos aprenderam desde pequenos, que diz, a serpente sabiamente convenceu Eva para Adão comer aquela fruta que mais tarde seria chamada de "a fruta do pecado" mas que não era, então descobre-se que o paraíso não seria tão monótomo como se projetava, daí, meus conceitos de garanhão mudaram de fato.
Quando chegamos na idade que muitas pessoas chamam de diversas formas: a idade do Condor (dor aqui, dor ali), a idade do Lobo (sempre atrás do Chapeuzinho vermelho), a idade do macaco (gosta de ficar fazendo gracinhas para os netinhos(as)), para alguns, a idade do cachorro (a família vai passear e você fica vigiando a casa) e por ai vai, a coisa muda de figura.
Um dia desses senti na pele, acho que é o que faz a autoestima dos idosos desaparecer. Foi um trabalho fotográfico que estava fazendo para uma mulher que aparenta ter entre 35 e 40 anos, pela qual prefiro omitir seu nome por uma questão de ética. Senti que a mulher não estava muito à vontade, perguntei-lhe o que era e inesperadamente ela falou, estava preocupada com o que os presentes naquela praia poderiam pensar dela, uma jovem com um velho ao lado. Imaginem, uma idade igual a dela, que não é tão jovem assim e a minha que não é longe da idade dela, fazer um comentário inapropriado e infeliz. Faltou a experiência de vida e também o que posso chamar de sensibilidade.
Aquilo doeu no fundo da alma. Engoli aquele desaforo e fui fazer meu trabalho.
Não em razão desse fato, mas do propósito deste texto, expresso aqui a minha análise do título, que foi o meu objetivo maior.
A Experiência: São mais de 50 anos de vivência, correndo algumas partes desse mundo, conhecendo novas pessoas e novas culturas. Em cada fase de idade, separadas de 10 em 10 anos, as minhas lembranças e experiências são: tive uma namoradinha com 8 anos de idade e que não vou contar a nossa intimidade por uma questão de respeito à ela e minha mãe não precisa saber. Mesmo que eu não me lembre do nome dela.
Dos 10 aos 20 anos, vieram os meus melhores experimentos e descobertas, sempre com o sexo oposto claro! Sempre morando em Goiânia.
Dos 20 aos 30 anos, viagens e mudanças, noivado, casamento e filhos. Agradeço à Deus por ter me dado a oportunidade de saber o que é ser pai e marido.
Dos 30 aos 40, nascimentos de mais filhos, casamento sólido e feliz, saindo de Goiânia e fixando residências em Brasília, São Paulo, Curitiba, Londrina e Cascavel, Brasília novamente por mais 5 anos. Depois de 24 anos de bons serviços prestados, deixo meu trabalho como Gerente Regional no Unibanco e volto para Goiânia como sócio de uma agência de publicidade e aproveito para fazer viagens de férias com a família pelo Brasil afora.
Vou passar para os últimos 20 anos. Dos 40 aos 60 anos, minha primeira experiência morando fora do Brasil, trabalhando por 2 anos em Luanda (Angola), depois a oportunidade de voltar para casa e indo direto morar por pouco tempo em Canarana - MT e iniciando minha trajetória dentro do Sicredi, sabendo que meu destino seria Redenção - PA, onde fiquei por 3 anos. Depois, por problemas de saúde, voltei para Goiânia. Agora em 2014 voltei para o Pará, residindo em Marabá e de volta ao Sicredi com um projeto sonhado chegando ao fim, meu diploma de nível superior de Profissional de Marketing, homenageando 3 importantes mulheres da minha vida, minha mãe, minha alma gêmea (minha linda e digníssima esposa) e minha bela e adorada filha, cada uma com seu grau de relevância em minha vida.

O Idoso: em meu conceito simplório, é uma pessoa que curte sua melhor idade, vivendo, feliz, aceitando suas mudanças no corpo, no cabelo que ao longo do tempo começam a ficar brancos e ralos. Lembrando que cada traço diferente que se apresenta, é um marco de tudo aquilo que você já conquistou, não só no lado financeiro, mas na sua vida. É uma pessoa que curte cada centavo que conquistou, com viagens, dando conselhos quando solicitados. Em suma, uma pessoal agradável de conviver e quem é inteligente se torna próximo para aprender.

A Velhice ou Velho: velho conforme as pessoas menos sensíveis tem o hábito de chamar os mais experientes do que eles.
No meu entender, velho é um objeto (não confundir com adjetivo), é aquela pessoa que não vê brilho em sua vida, que a família separou um quartinho anexo à cozinha e que fica quase sempre escondido ou, vai para um asilo e que ao levantar já o faz de mau humor, vive reclamando de tudo e de todos. Cada movimento que faz, sai um gemido de dor. E fica orando ou rezando para que a morte o carregue logo.
Gosto muito de assistir um programa do Padre Alessandro toda terça-feira na TV Aparecida, cujo nome é Aparecida Sertaneja. Embora eu tenha um conceito dele como cantor e apresentador, vejo no programa bons artistas. No programa desta semana, ele estava comemorando o dia dos pais, mas um desabafo dele me chamou a atenção. Transcrevo parte de suas palavras sobre a ingratidão familiar: "...estava celebrando a missa na Paróquia em Mogi das Cruzes e pensei, acho que a pior coisa da Terra é a ingratidão. A minha vó tem 92 anos, ela que me criou, juntamente com minhas irmãs e alguns primos. Minha vó ficou viúva com 30 anos, perdeu o marido em um acidente. Cresci ouvindo ela dizer que não casaria mais porque, não queria que seus filhos fossem criados por outras pessoas que não fosse seu marido e seus pais. Minha vó é viva ainda, ela caminha, ela come, ela fala, ela briga, mas, está com Mal de Alzheimer. E como não posso estar com ela todos os dias, pois se pudesse, ficaria 24 horas, dia após dia ao seu lado, no entanto ela não tem saúde para me acompanhar nas viagens, e a levaria com o maior prazer. Como ela não aguenta, reformei sua casa, que era muito simples e continua simples, no entanto, coloquei câmeras em todos os quartos, na sala e cozinha para acompanha-la. Esses dias me doeu o coração. Domingo, estava no interior da Bahia, fazendo um show e no camarim abri meu celular, cliquei na imagem e vi minha vó sentada na cozinha comendo, detalhe, sozinha. Eu chorei, quando vi aquela cena. Por que eu comecei lembrar de tantas coisas boas que ela nos fez. Hoje nossa família é o que é e tem o que tem, tudo graças à ela. Na sua ignorância, sendo analfabeta, sem inteligência mas com muita sabedoria nos ensinou os valores morais, éticos e religiosos. Daí comecei a lembrar da minha infância, de 15, 10 anos atrás que sua casa ficava sempre cheia, lotada de gente. Sabe porque a casa era cheia? Por que ela era empregada, lavava, passava e cozinhava para todo mundo. Então todo domingo a casa era cheia de manhã, de tarde e de noite! Ela sempre fez muita comida para sobrar, doces e mais doces. E agora domingo, a casa estava vazia, porque ninguém quer ficar ao lado de uma velha, uma pessoa que dá trabalho, uma pessoa que está com 92 anos e fala 10 vezes a mesma coisa, faz uma mesma pergunta 50 vezes e ninguém quer ter trabalho...meus queridos, não sejamos ingratos, a ingratidão dói e aqui você planta, aqui você colhe. Se você plantar paz, amor e caridade, você certamente colherá, paz, amor e caridade. Feliz é o filho que ampara teu pai e tua mãe na velhice. Querido filho, aproveite o pouco tempo que ainda lhe resta. Como é bom sentir o cheiro do vovô e o cheiro da vovó, pois esse cheiro é um cheiro diferente, é o cheiro do amor, o cheiro do carinho, é o cheiro da gratidão.
Minha vó tem quase 40 netos, 10 filhos e 20 e tantos bisnetos, oito tataranetos e domingo, almoça sozinha e janta sozinha. É muito triste isso, cuidado meu irmão, hoje você é jovem, bonito sarado, amanhã também você vai ficar velho, idoso, acabado e talvez com Alzheimer, tomara que você tenha um filho ou, um neto que te abrace e cuide de você. Deus te abençoe!"
Esse fechamento foi com chave de ouro, quando ele disse, "Um beijo vó, obrigado porque a senhora existe e faz parte da minha vida!"
Nesse momento, a câmera fez uma panorâmica da platéia quase sempre composta por pessoas da melhor idade, que estavam com os olhos lacrimejantes.

Pense nisso! Antes de chamar alguém de velho ou velhinho (não importa a altura), lembre-se que aquele Senhor ou Senhora, já conquistou tudo ou quase tudo na vida e conseguiu chegar até os dias de hoje, demente ou não, é um ser humano que muito amou seus filhos, netos e oxalá, bisnetos.
E você, será que conseguirá chegar nesse estágio da vida, perfeito?

Jodenon 

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Maranhão... Quem é vivo, se torna migrante

Hoje, na era da globalização, mais do que nunca as migrações se dão por conta do fator econômico, que é a busca por emprego, por melhores salários, por melhores condições de vida e, etc.
Isso acontece em maior escala no Maranhão. Digo isso uma vez que, grande parte das profissionais do lar que trabalharam em nossa residência, eram do Estado do Maranhão.
Por que estou escrevendo sobre isso nesse dia 27 de Julho de 2015!
Estava assistindo o Jornal da Record e teve uma matéria muito boa sobre o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. 
Um local que faz parte do meu sonho conhecer. De uma beleza sem precedentes, concorre em igualdade de condições com qualquer parque ambiental brasileiro.
Só que um detalhe me chamou atenção. Um Estado que possui um membro da Academia Brasileira de Letras, que detém o poder e construiu sua fortuna e de sua família com o atraso cultural e social de seu povo.
Um Estado que possui 1.190 (Um mil, cento e noventa) Escolas construídas em zona rural, contendo tento de palhas e paredes de taipa (barro e bambu). E o mais interessante, essas escolas não foram construídas pelos governantes e sim pelo povo que necessita de melhorar seus conhecimentos. O mais absurdo é que, várias dessas escolas levam os nomes de algum membro daquela família e principalmente do General.
Povo simples e o Grupo Sarney usa bem o slogan "basta ter pão e circo" para que seu povo aceite tudo sem contestar.
Esse slogan e essa passividade do povo está sendo inserida aos poucos no seio da população brasileira.
Mario Sérgio Cortella, pergunta em seu livro: "Qual é a tua obra?" - "Você se sente confortável e satisfeito quando pensa em sua obra? Ou se sente inquieto e um tanto quanto desconfortável?". 

domingo, 21 de junho de 2015

Imagens de onde encontrar meu PAI

Já tive várias discussões com colegas ou amigos ao longo da vida, acerca de formas de pensar e agir.
Vejo as pessoas hoje dizendo: Marco Feliciano, você me representa, Pastor Silas Malafaia me representa, outros dizendo, a Presidenta Dilma me representa e assim vai. Aí, comecei a procurar o que essas pessoas fazem de bom que possam representar outras pessoas?
Comecei a pensar sobre isso pela manhã e já são 22 horas e não consegui encontrar o que elas fazem de bom e muito menos de excepcional que possam servir de exemplos. Digo isso, “servir de exemplos” porque hoje, tive a certeza que nós, pais e mães somos os exemplos para os nossos filhos e os únicos que podem me representar, são eles, meus pais. Infelizmente hoje, somente minha mãe, pois meu pai foi embora desta vida em 1.984 mas, deixou seu legado e que sigo até hoje.
Vou dizer porquê!
Em decorrência de traumas de infância e adolescência, tive que frequentar Igrejas por obrigações impostas por uma mãe religiosa e, quando finalmente obtive a minha independência matriarcal, não encontrei na Igreja motivos para que me tornasse frequentador. Fui criado na doutrina católica, me casei na Primeira Igreja Batista de Goiânia, mesmo a minha noiva sendo da Cristã Evangélica. O casamento ocorreu na Batista porque o Pastor de igreja de minha noiva se negou a realizá-lo uma vez que, eu não pertencia a sua Igreja e não era batizado pelos preceitos evangélicos. Mais um motivo para entender que para alguns pastores, o que interessa para o casamento é você acreditar no que eles ensinam e não, no amor que você sente por quem você escolheu e foi escolhido para constituir uma família. Pois bem!
Dia 11 de julho de 2015, completaremos 34 anos de casados. Um casamento que nos faz feliz e que foi construído com muito amor e dificuldades. Isso foi a base para constituirmos realmente uma família de verdade. Um homem, uma mulher e quatro filhos. Não uma família obcecada pelos dogmas religiosos que norteiam a grande maioria da população. Mas uma família em que seus membros se amam, se respeitam, se admiram e acima de tudo, são amigos.
É muito gratificante para um pai, receber uma ligação de seu filho que mora quase 4 mil km de distância, e para humildemente pedir orientação, para agradecer a educação que lhe foi dada e demonstrar todo o amor que sente. Que não tem vergonha de dar um beijo em seu pai, sua mãe e dizer que vos amam.
Um filho que, mesmo tímido e introspectivo, sabe demonstrar seu amor pelos seus pais e irmãos.
Um filho, que mesmo igualmente ao seu pai, que não suporta a rotina, é inconstante, mas o amor dedicado aos seus pais, presente em seu semblante lindo e harmonioso, também é dedicado aos seus semelhantes.
Uma filha, linda, determinada, uma lutadora pelos seus ideais e que também não cansa de dizer que ama seus pais. 
Hoje, se tornaram cidadãos de bem e que foram formados por um casal que não frequenta nenhuma Igreja, mas que conseguiu colocar dentro de seus coraçõeszinhos  aquilo que Deus os ensinou.
O nosso Deus, meu e de Baruch Spinoza, nos disse um dia:
“Pare de ficar orando ou rezando e batendo no peito para mexer com seus irmãos!”
O que Eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes a vida, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pare de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pare de me culpar da tua vida miserável. Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que és um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Pare de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer ou num entardecer, como essas fotos feitas pelo Jodenon, me veja também numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teus filhinhos, não me encontrarás em nenhum livro!




Confia em mim e deixa de me pedir.
Pare de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pare de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz, eu te enchi de paixões, de limitações, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Acreditas que eu poderia criar um lugar para queimar meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Pense, que tipo de Pai pode fazer isso com seus filhos?
Esqueça qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei. Isso são artimanhas para te manipular, para te controlar como um cordeiro, que só geram culpas em ti.
O melhor a fazer é, respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que, prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.”
Eu estou e sempre estarei contigo, meu filho!

Jodenon 
    Quem foi Benedictus Baruch Spinoza - filósofo holandês 1632-1677 

    Baruch (Benedictus, em latim) Espinosa era de família judia de origem portuguesa. Seu pai era um comerciante abastado. Criado dentro do judaísmo, Baruch estudou a Bíblia e o Talmude, o livro dos ensinamentos rabínicos.
    Entre os anos de 1654 e 1656, dirigiu os negócios de sua família, mas, em junho desse ano, foi acusado de heresia e excomungado, tendo de abandonar a comunidade judaica. Mudou-se, então, para Leyden e depois para Haia, onde passou a viver de seu trabalho como polidor de lentes.



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Torcedor sentimental

Acho que sou um torcedor sentimental.
Hoje, acometido de um forte resfriado, estava em casa assistindo pela série B do Campeonato Brasileiro de Futebol, meu time de coração, Botafogo F.R x Mogi-Mirim. O placar já estava 3 x 0 para o Botafogo e eu fiquei com dó do adversário, visto que, ele está na última colocação do Campeonato.
Fui analisar porque estava com dó deles. Cheguei a conclusão que era em função da diferença de ganho dos jogadores em relação aos jogadores do Botafogo. É um comparativo entre o que ganha um Gari x Diretor de uma empresa. Vejo nos jogadores de times inferiores, a luta pela sobrevivência de um sonho. Sonho que também tive na infância e adolescência.
É, o sentimentalismo é que faz um ser humano diferente por isso, temos que observar certos fatores como: rir, é um excelente remédio mas podemos correr o risco de parecer tolo. Chorar, é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão, é correr o risco de envolver. Expor seus sentimentos, é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender seus sonhos e ideais, é correr o risco de perder pessoas. Amar, é correr o risco de não ser correspondido. Viver, é correr o risco de morrer. Confiar, é correr o risco de se decepcionar. Tentar, é correr o risco de fracassar. Mas, os riscos devem ser corridos, porque o maior risco é não arriscar nada.
Dessa forma, fico mais confortável com a derrota do Mogi-Mirim.

Jodenon

domingo, 17 de maio de 2015

O Verdadeiro Jardim do Éden



Hoje, sem programação ideal na TV, parei por alguns momentos no programa do Rodrigo Faro. Não sou fã desse tipo de programa que usa as pessoas para ganhar audiências e muitas das vezes, com sensacionalismos. No entanto, o que o Rodrigo Faro estava apresentando, foi muito bom pois, era um casal de bailarinos clássicos que foram selecionados para um evento nos Estados Unidos e não tinham dinheiro para a viagem, para as despesas de alimentação e vestimentas.
Como minha filha é atleta e sei das dificuldades de conseguir patrocínios, resolvi assistir até o final. Acabou que um empresário de Goiânia, enviou para eles um cheque de R$.30.000,00 sensibilizado pelas histórias do casal de bailarinos.
Depois teve uma chamada para uma parte do programa que se chama "Te quero de volta".  É a história de um casal que se conheceram na escola, ela a primeira namorada dele e ele o primeiro namorado dela. Casaram e estavam juntos por 16 anos e por ofensas e falta de atenção, o casamento acabou.
Daí, comecei a pensar: será que todas as mensagens que faço a minha mulher pelo blog e pelo Facebook, são formas corretas de expor nossos sentimentos?
Será que as pessoas precisam saber quais são os nossos sentimentos?
Será que podemos com as nossas ações, ajudar casais que se amam e estão em crises?
A realidade, que as vezes não expressamos os nossos momentos tristes, os momentos ruins, os momentos quando estamos juntos, os momentos quando estamos distantes e muitos outros. Procuramos sempre demonstrar o que tem de belo. O nosso amor.
Uma certeza eu tenho, a convivência e o amor é como um jardim que pode ser lindo se bem cuidado ou que pode ser devastado pela falta de cuidados. Se o jardineiro não conhece de seu ofício, esse jardim aos poucos vai deixando de existir, por isso, eu como responsável pelo meu jardim, procuro regar sempre, uma vez que as rosas que nele existem, são muito lindas, exóticas, cheirosas e se elas murcharem, fatalmente não terá remédio que conseguirá curar a tristeza que com certeza, habitará dentro de mim.

terça-feira, 7 de abril de 2015

O Retrato da violência nas Estradas


Nesses mais de 2 milhões de Km rodados desde 1.976 quando comprei meu primeiro carro, um Corcel ano 1969, me deparei com uma infinidades de
acidentes automobilísticos, no Brasil e também em Angola, que me fizeram às vezes ter um leve momento de depressão e tristeza. 
Agora em Maio, completarei 4 anos de moradia no Estado do Pará, 3 anos em Redenção e chegando à 1 ano em Marabá.
Já percorri diversas vezes os 400km que ligam às cidades de Marabá à Paragominas que fica no Nordeste paraense e Marabá no Centro-oeste, e em nenhum momento, dessas viagens observei essas sete (7) cruzes.
Passei por elas e num rompante, retornei ao local e fotografei para que mais tarde em minha casa, pudesse fazer uma oração em memória dessas pessoas, que possivelmente perderam suas vidas por um ato irresponsável de alguém. Dificilmente, acredito, seria por uma falha mecânica mas, uma falha humana, uma vez que elas estão em uma curva de quase 90 graus.
Dulcinea, Dalvimar, Andreza, Francisca Adriana, Thais, Gildalva e Diogo, talvez partiram antes da hora determinada, por isso, gostaria que cada pessoa que venha ler este texto, faça uma oração pedindo a Deus que confortem suas almas.
Nesse trajeto, percorro 160km na Belém - Brasília e vejo dezenas de cruzes e cada uma simbolizando uma morte. Cada local desses, determina uma homenagem da família ao seu ente querido que foi embora e deixou saudades.

Fiquem com Deus!

sábado, 4 de abril de 2015

Trocas de ideias pelo WhatsApp - Alguma serventia tem

Golden Boys by Deignis

Hoje Sexta-feira Santa, logo pela manhã um colega que estava voltando de viagem me passou uma mensagem via WhatsApp, com o seguinte teor: "Acho que o cara da rádio não entendeu que dia é hoje. Kkkkk, que tal Jodenon?".
Simplesmente, estava tocando uma música breganeja, muito ruim, dessas duplas que chamam de sertanejos universitários, mas que está mais para o EJA.
Respondi para ele com uma pergunta: Porque ele não haveria de tocar esse tipo de música, Fulano?
Fulano - "Por que hoje é dia de Reflexão!"
Eu - Todo dia é dia de reflexão. Você está querendo dizer que dia de finados, as rádios deverão tocar músicas fúnebres?
Se pensarmos dessa forma, hoje é um feriado só para os católicos. Os adeptos de outras religiões, deveriam estar trabalhando e não descansando.
O cristianismo e em especial os católicos possuem muitos dogmas criados pelos homens e por interesses para domar rebanhos de ovelhas (pensamento meu).
Sugeri ao meu colega, ler o livro de Uta Ranke para conhecer muitas coisas sobre a igreja e também assistir ao filme Lutero. Uta Ranke é considerada a maior teóloga do mundo, passou 9 anos pesquisando nos arquivos do Vaticano para escrever o livro, por interesses religiosos custou  sua Cátedra na Universidade de Heidelberg da Alemanha quando o publicou. Depois ela recuperou através de um processo judicial.
Pela primeira vez em dois mil anos de Igreja Católica, uma mulher ousa dar o nome ao "problema que não tem nome", a sexualidade. O livro faz uma contribuição imensurável à história da sexualidade humana.
A autora do livro de quase 400 páginas detalha a pesquisa que ela fez sobre as regras e virtudes da Igreja sobre a sexualidade feminina, que vai das suas raízes pré-cristãs até os dias de hoje.
O que se tem de relato é que o livro abalou a Igreja.
Cito um pequeno trecho escrito por Leonardo Boff* na orelha do livro: "...EUNUCOS PELO REINO DE DEUS - representa, talvez, a investigação mais séria realizada nos últimos anos na teologia ecumênica mundial acerca da forma como a Igreja romano-católica tratou a sexualidade, a contracepção, o prazer e as mulheres.
Continua ele: ...A perspectiva é a da mulher , vítima do sistema masculino ou celibatário que se apoderou do poder sagrado e o usou quase sempre na ótica antifeminista e machista."
Lembrando bem que não estou criticando ou falando da Bíblia e sim, mostrando um ótimo trabalho feito por uma mulher considerada a maior teóloga do mundo.

Quem é Leonardo Boff:
  • Leonardo Boff, pseudônimo de Genézio Darci Boff, é um teólogo brasileiro, escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação no Brasil. Foi membro da Ordem dos Frades Menores. Eu o sigo no Facebook.

  • segunda-feira, 23 de março de 2015

    Discurso de formatura da turma de Marketing

    Ilustríssimos senhores componentes da mesa, formandos, pais, irmãos, colegas, amigos e convidados, boa noite!

    Estava em meu quarto no escuro e ouvindo “Jesus alegria dos homens” de Johann Sebastian Bach, esperando que a inspiração chegasse para que conseguisse escrever esses meus agradecimentos.
    Como não conseguia, pedi ao meu pai Celestial que me desse uma luz. De imediato, o meu quarto se iluminou. Assustado, levanto com um salto, olho para a porta e minha esposa estava lá e tinha acendido a luz. Daí, veio a inspiração para escrever a introdução e por isso, peço licença as minhas colegas do Marketing para agradecer 3 grandes mulheres maravilhosas de minha vida, que contribuíram incansavelmente para que hoje eu esteja aqui.
    Primeiro quero agradecer minha mãe que não está participando juntamente conosco, visto que tem medo de voar, mas foi uma lutadora para que pelo menos um dos seus cinco filhos biológicos tivessem um diploma de curso superior. Sou o primeiro a concretizar esse sonho dela.
    Depois, minha esposa, que aqui se faz presente como minha paraninfo, incansável em sua luta para que seu marido continuasse e concluísse seu curso superior, uma vez que já havia desistido de 3 e ela, já possuía duas pós graduações, mas nunca me fez sentir menor e soube esperar o meu tempo para também ter o seu sonho realizado. E pela sua fisionomia vejo que o sentimento de vitória também ilumina seu rostinho amoroso.
    E por último, minha filha, que no alto dos seus 16 aninhos, me faz enxergar a determinação na busca de seus objetivos, uma lutadora, uma filha amorosa, carinhosa e mesmo distante de mim, a cada competição que ela conquista no Judô, me faz ver que quando queremos algo para nós, temos que lutar e vencer.
    Não posso deixar de agradecer ao meu bom Deus, a acolhida que tive pelos meus colegas da Unopar, agradecer a nossa Tutora Jeane Mendes e as heroínas, Alexsandra, Nângela, Nayane e Fernanda que juntamente comigo, estão recebendo seus merecidos diplomas.
    Fiz os agradecimentos às minhas colegas e a Jeane, pois não é sempre que um senhor de cabeça branca se infiltra entre os jovens para levar adiante seus sonhos e é aceito como fui nessa turma de Marketing.
    Até pensei em terminar cantando a música da banda Queen, “We Are The Champions” mas, depois de um capítulo da Novela das nove, a filha do comendador declarou que não ia na formatura de sua irmã bastarda para ver aqueles pobres cantando essa música. Coisa mais brega!
    Então desisti de cantar.
    O futuro é um caminho ainda desconhecido por nós, que não temos um tempo determinado para chegar. Sabemos que lá na frente, podemos encontrar um riacho de águas límpidas ou, talvez pedregulhos, quem sabe, um deserto de certezas ou incertezas. Mas, se optarmos por seguir sozinhos, certamente poderá ser uma tarefa árdua. Por isso, aprendemos a planejar, fazer experimentos, aprendemos também a estudar o ambiente no intuito de amenizar as dificuldades.
    Se olharmos para trás, vamos ver que começamos o nosso curso da mesma maneira que hoje encaramos o futuro. Seguros pelo conhecimento adquirido e ao mesmo tempo com um friozinho na barriga por não saber o que virá pela frente.
    Agora, temos um diferencial importante, somos profissionais de Marketing.
    Disse um dia Lee Marvin, “Uma das coisas boas do envelhecimento é descobrir que você é mais interessante que a maioria das Pessoas que conhece”.
    Embora não cantarei “We Are The Champions”, tenho o maior orgulho em dizer: Nós Somos os Campeões...

    Jodenon Borges de Sousa
    Orador da Turma de Marketing - Universidade Norte do Paraná

    sábado, 7 de março de 2015

    08 de Março, duas oportunidades em uma só data

    Responsável por eu perder a cabeça e casar
    “Este nosso blog foi concebido com muito amor e cheguei à conclusão que se tornou um prazer sagrado, escrever sobre nós.
    Na verdade, ele me fez olhar atentamente para dentro de mim mesmo e ao meu redor de forma bastante intensa e verdadeira, pois quem me conhece sabe que não sou muito intenso normalmente, mas, muito verdadeiro nos meus sentimentos.
    Sempre fui conselheiro sentimental e sexual de minhas amigas e colegas, portanto, vou escrever alguns conselhos para você.
    1 – Viva e curta o máximo a vida a dois. Isso inclui, sonhos e desejos;
    2 – Viva o presente, viva o que se encontra disponível e ao seu alcance, mas se não tiver ao seu alcance, procure pelo menos tentar chegar bem próximo daquilo que possa te fazer feliz;
    3 – Faça algo que possa direcioná-la aos seus objetivos;
    4 – Não se arrependa por ter feito, por ter realizado algo que algum dia te deixou em dúvida.
    Sabe de uma coisa?
    Realize!
    Em qualquer momento da vida, acredito que agregar o que é bom, é melhor juntar do que separar. Sendo assim, seja bastante clara e faça um acordo para viver bem e prazerosamente, seja comigo ou com quem achar que deve.
    5 - Acorde! É bom acordar algo em si e empreender uma caminhada, seja sozinha ou acompanhada e lembre-se, viver um relacionamento intensamente pode ser uma experiência maravilhosamente bela.
    6 - Tente! Porque o amor, a paixão, a excitação, não acaba se houver respeito e admiração, eles sempre se renovarão e farão diferenças significativas em sua vida.
    Não pense que todos os casamentos são iguais ao nosso, porque não são. Você é uma pessoa única e maravilhosa, eu sou único, nem tanto maravilhoso, mas tento ser e sei que sou único pelo menos no nome conforme informações do Dr. Google.
    A nossa relação matrimonial é única e pode ser incrivelmente melhor, basta sairmos do senso comum. Nascemos para ser felizes, então, vamos viver felizes enquanto durar o estoque (nossa vida).
    Não pense que as outras pessoas irão entender o nosso casamento. O que importa, são os nossos entendimentos e isso basta e já será um grande feito.”
    PARABÉNS PELOS NOSSOS 35 ANOS de Namoro que parece, começou ontem em Anápolis.
    Parabéns pelo dia internacional da Mulher!

    Resultados dos 35 anos



    quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

    Fazer novas experiências


    Depois de 5, 10 ou 15 anos não sei bem, resolvi passar por uma experiência do passado. Ir da casa de minha mãe, até ao meu apartamento no centro da cidade, usando o transporte público.
    Foi uma experiência muito boa.
    Primeiro, sentei em um banco de plástico duro e nada confortável. Uma morena simpática sentou ao meu lado e tentou puxar conversa. Respondi sempre com cortesia, no entanto, estava focado em observar a minha cidade e o trajeto efetuado pelo ônibus (transporte coletivo).
    A cada curva que ele fazia, parecia que a sua suspensão era feita de cerejeira ou melhor aroeira bruta de tão duro que era. Pensei com meus botões, como pessoas que necessitam usar o transporte coletivo, sofrem diariamente! Além do quê, com uma passagem ao custo de R$.3,30 aumento de 17% na virada do carnaval equivalente à R$.0,50 para repor os calotes que as prefeituras de Goiânia e entorno estão dando nas empresas com os passes livres negociados.
    Uma vergonha que o Ministério Público de Goiás está entrando na briga para cancelar o aumento e fazer com que as prefeituras cumpra com suas obrigações e responsabilidades.
    Foi uma excelente viagem de 30 minutos em um trecho de 7 km.

    quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

    Declaração de Bens

    O Pai moderno, muitas vezes perplexo e angustiado, passa a vida inteira como um louco em busca do futuro e esquecendo-se do agora. Nessa luta renuncia ao presente. Com prazer e orgulho, cada ano, preenche sua declaração de bens para o Imposto de Renda. Cada nova linha acrescida foi produto de muito trabalho. Lotes, casas, apartamentos, sítio, casa de praia, automóvel do ano – tudo isso custou dias, meses, semanas de lutas. Mas ele está sedimentando o futuro de sua família. Se partir de repente, já cumpriu sua missão e não vai deixá-la desamparada.
    Para ir escrevendo cada vez mais linhas na sua relação de bens, ele não se contenta com um emprego só – é preciso ter dois ou três; vender parte das férias; levar serviço para casa. É um tal de viajar, almoçar fora, fazer reuniões, preencher a agenda – afinal, ele, um executivo dinâmico, não pode fraquejar.
    Esse homem se esquece de que a verdadeira declaração de bens, o valor que efetivamente conta, está em outra página do formulário do Imposto de Renda – naquelas modestas linhas, quase escondidas, onde se lê: relação de dependentes. São filhos que colocou no mundo, a quem deve dedicar o melhor do seu tempo.
    Os filhos, novos demais, não estão interessados nas propriedades e no aumento da renda. Os anos passam, os meninos crescem e o pai nem percebe, porque se entregou de tal forma ao futuro, que não participou de suas pequenas alegrias; não os levou ou os buscou no colégio; nunca foi a uma festa infantil; não teve tempo de assistir à coroação de sua filha como Rainha da Primavera. Um executivo não deve desviar sua atenção com essas bobagens. Sào coisas para desocupados.
    Há filhos órfãos de pais vivos, porque estão “entregues” – o pai para um lado; a mãe, para outro, e a família desintegrada, sem amor, sem diálogo, sem convivência. É esta convivência que solidifica a fraternidade entre irmãos, abre caminho no coração, elimina problemas e resolve as coisas na base do entendimento. Há irmãos crescendo como verdadeiros estranhos, que só se encontram na passagem em casa. E para ver os pais é quase preciso marcar hora.
    Depois de 18 anos de casado, passei 15 absorvido por muitas tarefas, envolvido em várias ocupações e totalmente entregue a um objetivo único e prioritário; construir o futuro para três filhos e minha mulher. Isso me custou longos afastamentos de casa; viagens, estágios, cursos, plantões no jornal, madrugadas no estúdio de televisão... Uma vida sempre agitada, tormentos e apaixonante, na dedicação à profissão – que foi, na verdade, mais importante que a minha família.
    Agora, estou aqui com o resultado de tanto esforço; construi o futuro penosamente, e não sei o que fazer com ele, depois da perda de Luíz Otávio e Priscila.
    De que vale tudo que juntei, se esses filhos não estão mais aqui, para aproveitar com a gente? Se o resultado de 30 anos de trabalho fosse consumido agora por um incêndio e, desses bens todos, não restasse nada mais do que cinzas, isso não teria a menor importância; não ia provocar o menor abalo em nossa vida porque a escala de valores mudou e o dinheiro passou a ter peso mínimo e relativo em tudo.
    Se o dinheiro não foi capaz de comprar a cura de meu filho amado que se drogou e morreu; não foi capaz de evitar a fuga de minha filhinha, que saiu de casa e prostituiu-se, e dela não tenho mais notícias, para que serve? Para que ser escravo dele?
    Eu trocaria – explodindo de felicidade – todas as linhas da declaração de bens por duas únicas que tive de tirar da relação de dependentes; os nomes de Luíz Otávio e de Priscila. E como doeu retirar essas linhas na declaração de 1986, ano base de 1985. Luíz Otávio morreu aos 14 anos e Priscila fugiu um mês antes de completar 15.
    Preta, um dia você solicitou que fizesse uma avaliação de seu desempenho como mãe, esposa e educadora. É obviamente uma tarefa muito difícil, contudo achei oportuno descrever o relato do jornalista Hélio Fraga. Ele nos faz refletir sobre o mundo atual e sobre a educação que damos aos nossos filhos, em função da necessidade de consumo ou até mesmo de trabalho. Em hipótese alguma, a minha intenção seria desestimular os seus sonhos e desejos profissionais e sim mostrar que fazendo uma previsão que possivelmente acontecerá este ano, envolverá com certeza, atividades das 7 às 23 horas e os seres que mais necessitam de você poderão sentir a sua falta. (Pra não dizer do pai que já vive distante).
    O momento é de reflexão, carinho e compromisso com você, o Neguinho e a Aninha. No mais, sei que o trabalho te faz feliz, bem como supre a minha ausência, mas tenha certeza que estarei com você em qualquer situação decidida.
    Quanto ao seu desempenho, não tenho o que comentar. Você é simplesmente: ÓÓÓÓÓÓÓTIMA.

    Jodenon Borges de Sousa